sábado, 3 de maio de 2014

O vômito não é o miojo entalado, a carne putrefata. É o excesso do que não.
O vômito tem gosto de alívio.
Nada mais do que aquilo que não mais cabe em ti
O som do golfar, expelir, verter é o som de quem ouve mágoa , mas o saboroso gosto de quem vomita é molesta cessa, livre daquilo que o oprime.
Na verdade um gosto amargo no início, bílis, a sensação de que aquilo nunca será possível...Mas é por estar lotado, esgotado, por bebido mais do que devia e engolir mais sapos do que podia, vomita.

Não devemos temer ou nausear o vômito. Orgulho é o que sinto, quando aquele gosto de ácido clorídrico se apregoa na minha garganta. Sinto-me livre sem ter a obrigação de beijar alguém.